sexta-feira, 17 de outubro de 2008


Pilhas e baterias: o que fazer depois de usá-las?

Quase todo o lixo produzido na cidade de São Paulo vai para aterros sanitários da Prefeitura. Dessa forma, nem tudo aquilo que é consumido pode ser descartado em lixeiras comuns, sob pena de contaminação do solo e do lençol freático abaixo dele. Muitas das pilhas e baterias que utilizamos em nossos equipamentos eletrônicos contêm metais pesados e produtos químicos que, se liberados na natureza, fazem um mal tremendo à vida, causando desde enfraquecimento ósseo até perda de olfato, visão e audição.

Em julho de 2000 entrou em vigor uma norma do Conselho Nacional do Meio Ambiente que atribui aos fabricantes a responsabilidade sobre o material tóxico que produzem. Assim, o recolhimento e encaminhamento adequado de pilhas e baterias não descartáveis em lixo comum são de responsabilidade da empresa fabricante ou da distribuidora do produto no Brasil, caso o mesmo seja importado.

Se você está em dúvida sobre qual tipo de pilha pode descartar, o primeiro passo é verificar a embalagem: ela informa se aquele produto deve ou não ser jogado fora em lixo comum. Cerca de um terço das pilhas vendidas no Brasil são alcalinas, não contêm metais pesados em sua composição e podem ser descartadas no lixo doméstico.

Pilhas comuns e recarregáveis, por sua vez, têm cádmio, chumbo e mercúrio, substâncias não biodegradáveis que em hipótese alguma devem chegar ao solo ou à água. Portanto, também vale a pena verificar se há presença desses metais na composição do produto antes de simplesmente jogá-lo fora. Quando encaminhadas aos fabricantes, essas pilhas são destinadas à reciclagem ou a aterros industriais especialmente preparados para receber esse tipo de material.

O recolhimento de baterias de telefones celulares já é um procedimento relativamente comum no Brasil. Não há razões para que o mesmo não ocorra com outros tipos de pilhas e baterias. Você pode consultar a lista do postos de recolhimento no site do Ministério do Meio Ambiente

Além disso, os próprios fabricantes informam locais de recebimento através de seu Atendimento ao Consumidor. As empresas consultadas por esta reportagem (Rayovac, Duracell e Sony) se mostraram bastante prestativas e conhecedoras da lei e dos procedimentos de descarte.

Curiosidade:

O Papa-Pilhas recolhe todo tipo de pilhas e baterias usadas em lanternas, rádios, controles remotos, relógios, celulares, telefones sem fio, laptops, câmeras digitais e outros aparelhos portáteis, quen podem ser entregues nas agências do Banco Real. Por lei, pilhas e baterias com peso superior a 500 gramas ou dimensões maiores que 5 x 8 cm devem ser devolvidas ao local da compra ou encaminhadas diretamente ao fabricante. O mesmo deve ser feito com baterias de chumbo ácido de qualquer tamanho, usadas em motocicletas, alarmes, celulares rurais e automóveis.

Farmacêutica paga para reaproveitar

O amor pelo planeta levou a farmacêutica Creusa Manzalli de Toledo a bancar, do próprio bolso, a reciclagem de pilhas e baterias em Rio Preto. Há cinco anos ela arrecada o material e paga para que eles sejam reprocessados. O investimento ultrapassa os R$ 2 mil. Para Creusa, a questão econômica fica em segundo plano. “Este trabalho é minha jóia”, diz. Preocupada integralmente com as causas ambientais, ela se define como uma “ecochata”. “Não tolero material reciclável misturado com orgânico, nem ver lixo na rua. Saio pegando tudo que vejo.” Outros resíduos recicláveis (como papel e plástico) são doados a Cooperlagos. “Reciclar já faz parte da minha disciplina e ensino isso a quem convive comigo.” No começo, a farmacêutica reunia a maior quantidade possível dos dispositivos e os levava de carro a um ponto de coleta em São Paulo. Depois de participar de uma feira internacional de meio ambiente, conheceu o trabalho da empresa Suzaquim, de Suzano, que reprocessa as lâmpadas; fez contato e fechou a parceria. “Somos todos parte de um mesmo planeta. Somos os responsáveis por ele, por cada pedacinho em que vivemos. Precisamos cuidar disso, e eu venho lutando para que isso aconteça”, diz.

Descarte incorreto prejudica a saúde

Outro risco apresentado pelo descarte incorreto de pilhas e baterias é o risco que os metais trazem à saúde humana. A professora Ieda Pastre Fertonani, do Departamento de Química Ambiental da Unesp, afirma que estes metais nem sempre estão presentes nos dispositivos em sua forma tóxica, “mas há microorganismos que podem transformá-lo nesta forma.” O ideal é diminuir o consumo, ou trocar os aparelhos que utilizam muitas pilhas por um que consuma menos, diz a professora. Outra alternativa é utilizar pilhas de lítio ou hidreto metálico, menos agressivas ao ambiente. Elas são mais caras, mas o impacto é menor. No processo de reciclagem, os metais tóxicos são “inativados”, transformados em uma forma menos agressiva. Trata-se de um processo químico, realizado por uma única empresa no país, a Suzaquim, localizada em Suzano. Para reprocessar uma tonelada do material, a empresa cobra R$ 990. Isto porque, segundo a assessoria de imprensa, além do alto custo do processo, a empresa reprocessa apenas 34 toneladas por mês, quando a capacidade é para 250.



Para saber um pouco mais acesse:

http://www.ambientebrasil.com.br/composer.php3?base=residuos/index.php3&conteudo=./residuos/pilhas.html


By: Ariane Prado! n° 1


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